segunda-feira, setembro 25, 2006

Live Life

É um título estranho, eu sei! Mas quero que pareça assim. Dá ritmo fonético!
Mais que isso, que se perceba o que realmente significa, para cada um de nós.

Sábado, no Porto Santo, estava um dia cinzento, chuvoso, lá de vez em quando, o sol tímido e hesitante espreitava por meros momentos. Quase que parecia um puto a brincar às escondidas, e assim que eu ia pôr mãos-à-obra, aparecia para assustar-nos com umas chuvadas bem inconvenientes.
Atchuummmmm! Bem que eu fiz algumas vezes.

Durante a noite, descobri que eu era doce. Deitei-me na cama e as malvadas formigas não me largavam. Fui dormir para o sofá, e lá vieram todas de abalada, qual orgia desmesurada, para me chagarem a "cornualha" enquanto tentava dormir.

No Domingo, foi ao contrário, o sol era bem ordinário e só queria escaldar-nos a pele, e sim apanhei um vermelhão daqueles feito camacheira com as bochechas avermelhadas.

Parece que hoje, foi para ser alternativo, o dia começou-me bem cinzentinho e ainda não consegui clareá-lo. Meteorologicamente falando, não há defeitos a apontar a estes últimos dias solarengos. Mas de facto o que me acinzentou o dia foi a notícia de minha mãe esta manhã:

"Dona Teresa morreu ontem à tarde". Custou tanto ouvir isto. Embora aquela mulherzinha sem significado para mim (não desprestigiando) que só dizia bom dia, ou boa tarde, acabou por ser preponderante nestes últimos dias, desde o dia do seu acidente até sete dias após o sucedido. Comecei a pensar em tanta coisa, mas resumindo, na vida. Um dia estás bem com uma força inabalável, no outro, alguém ou algo, desgraça-nos a vida por completo!!
E nem me venham falar no destino, bolas!
Outra que não suporto ouvir: "Chegou a sua hora"
Humm, não vejo a hora que chegue a minha vez, pode ser que tenha a mesma sorte e fique espezinhado por uma catrapilha, com dores terríveis que até desmaie. Pode ser que sobreviva e passe a ser um autêntico inergúmero, porque por azar, afinal a hora não era esta!
Uma das pessoas que mais me fala dessa forma é minha mãe "Nosso Senhor assim o quiz". Credo, como é possível alguém mexer os cordelinhos lá em cima e decidir que tic-tac, tá na hora, bora esmagá-la com um carro do lixo em cima dela! Pô-la a sofrer por uma semana, se calhar por causa do fuso da hora!
Sei que estou a entrar por caminhos muito sensíveis, mas é o que eu penso, é como me sinto, é como me exprimo!!
É o célebre tema: Como é possível alguém vir para este mundo, só para sofrer? Ou terminar de uma forma tão estúpida!?
Mas isto dá muito pano p'a mangas!
E como não me apetece agora tricotar nada, resta-me desabafar que realmente devemos viver a vida, da melhor forma, que cada um achar que deve viver. Sem pensar no que os outros vão dizer, agir, julgar. Qualquer dia sai-se à rua e zás, o tal destino prega-nos a partida e não há retorno.
O que passou, já era. É mesmo o tal live life com todos os acessórios!
O que me custou a aceitar na partida da D. Teresa, foi o facto de, o valor que lhe estou a dar agora, deveria ter dado, enquanto estava presente. Dizer bom dia, e desenvolver para um, como tem passado, e o zé, e tal... Aí é que está. Só damos realmente valor quando a pessoa não está, definitivamente! Aí está errado, é dar valor, quando ela está. Só faz falta, quem está!!
E as pessoas que eu estimo, tento (e aqui as pessoas mais "próximas" de mim, assim o comprovam) dizer sempre o que sinto! Quero que elas saibam isso, elas têm esse direito. Se eu tenho saudades, eu digo que sinto a falta. Se eu gosto de ti, comprovo isso mesmo. E muito mais coisas...
Não quero pensar um dia, na tal partida de alguém muito chegado, ter uma data de questões e se...e se...e se...!!
O mínimo de ses possíveis, por favor!
Se tiver muitos, maior será a frustração.
Essas dedicatórias a título póstumo nem deveriam existir. Aliás, até poderiam existir, mas primeiro, o seu reconhecimento em vida!
Daí que tento agir de uma forma muito peculiar...a minha forma. Sempre que achar que deva te dizer que és querido/a, dir-te-ei. Se mereces um beijo, dar-te-ei. Se estiveres gira/o, também o digo sem rodeios. Quem não gosta de ser reconhecido? Pode ser o suficiente para aclarear o dia a alguém.
O vídeo que coloco em baixo (obrigado drinho, pelo link) é deveras conhecido. Podem até não gostar do ritmo, da música em si. Mas então pelo menos, leiam as legendas. Não me arranjem desculpas que não percebem inglês, está lá com as letrinhas para "ensina-burros"!!
Se quiserem e até aconselho, sempre que aparecer uma frase, façam "pause" e ponham a mão na consciência e vejam se já fizeram isso.


Só sei que gostava de ter encontrado a D. Teresa, por uma só vez mais e perguntar-lhe:

"Bom dia D. Teresa, está tudo bem?"...e desta vez aguardar pela resposta...

5 comentários:

Anónimo disse...

Fikei deveras pensativo ao ler este post...dá tanto k pensar...
A vida é mesmo para ser vivida!
Se queremos ser felizes, acho que o que há a fazer para a aproveitar ao máximo é mesmo seguir os conselhos dados nesse video (k apesar de ser conhecido,como disseste, n fazia a minima ideia da sua existência).
A vida tem com cada coisa...e geralmente são mesmo as piores que nos vêm abrir os olhos, e nos fazem colocar em causa o modo como estamos a gerir esta nossa passagem terrena. Há acontecimentos que nos marcam e colocam muitas dúvidas e questões nas nossas cabeças...também já me aconteceu andar a pensar e questionar muita coisa durante umas 3 semanas depois da morte inesperada de uma vizinha minha.
Concordo com o que dizes de darmos valor ás pessoas enkuanto estão vivas! Afinal de contas é como dizes, tem que se valorizar as pessoas em vida, fazê-las sentir-se bem consigo mesmas nem que seja com um pekeno elogio merecido =)
Tambem n acredito nessas coisas do destino, de "chegar a hora".
Apenas discordo quando dizes "só faz falta quem está"... n acho que seja bem assim (e afinal todos temos direito ás nossas opiniões). Há pessoas que nos marcam, que deviam ser dadas a conhecer a muita gente, que transmitem algo positivo de uma forma sinsera, que conseguem ser amigos sem interesses ocultos, valorizam a amizade e se sentem bem por os seus amigos e/ou familiares se encontrarem bem, pessoas sem inveja de ver os outros vencerem na vida! Essas pessoas, as pessoas que conseguem reunir muitas dessas caracteristicas fazem cá falta...pois essas pessoas, depois de um dia desaparecerem vai haver sempre quem se lembre delas e gostasse de mais uma vez usofruir da sua companhia!Disso n duvido. E n sei porkê...sinto k és uma pessoa dessas!

Este post faz pensar em tanta coisa...

Força aí!! Abração

Anónimo disse...

A vida nem sempre é doce,no meio de um cesto de maçãs,existem umas menos saborosas que outras.Das duas uma,ou já sabes que aquela será amarga,ou então escolhes outra.Mas haverão situações que tens mesmo de comer aquela.Podes é já estar preparado para o sabor amargo na boca ou ser apanhado desprevenido.Mas o ser apanhado desprevenido,não é negativo.Eu já provei algumas maçãs amargas, umas porque sabia que eram, outras porque desvalorizei-as a pensar que provavelmente até não seriam assim tão más!
Saboreia a vida, sendo doce, amarga, salgada ou insossa.
Pelo menos estás a prová-la!
beijinhos

Anónimo disse...

Ahhh,gostei tanto do título,como do vídeo.Claro que conhecia a música,mas ouvi-la e lê-la,ainda entra mais no nosso ouvido e a mensagem vai muito mais rápida para a nossa mente.
Gostei,aliás,adorei o vídeo.
Agradece à pessoa drinho por te ter enviado o vídeo!
:))
beijinhos

Nuno Vrrruummmm disse...

Marco:
Sim simmm...
O passares na rua e não levares com um martelo na cabeça porque o gajo resolveu dar um peidinho antes de martelar o prego na placa, é também destino?
é isso, as pessoas têm de se prender a algo, para justificar o que não conseguem realmente justificar. Chamo isso a tal chaada FÉ!
É mais fácil apontar o dedo ao outro lá em cima ou então dizer que somos uns peoes num jogo chamado "vida" e que alguém já sabe se vais ganhar ou perder, ou avançar três casas para a frente ou pelo menos saber de ante-mão que levas com o martelo na cabeça!
Chama o que quiseres, eu prefiro chamar a P**A da coincidência. Porque só se lembram do destino, nas ocasiões que andamos com os tin-tins nas mãos.
Mas olha, já te disse, não quero tricotar muito, pois dá um bom edredon! :))
E sim, coitada da D. Maria! O destino dela era ser gato-sapato nas nossas mãos! Foi o que lhe saiu no jogo da "vida"...

Anónimo disse...

Perante este post não resisti a comentá-lo não só pela qualidade da prosa (nisso sempre foste muito bom) como também pelo tema per si. Eu pessoalmente não acredito em destino traçado. Nós construimos o nosso destino a cada dia que passa através das nossas boas escolhas ou das menos boas. Devemos acordar cada dia e aproveitar ao máximo tudo o que ele nos oferece. Ignorar a hipocrisia, corrupção, ganância, arrogância, inveja, a falta de tolerância e todos os males que afligem a sociedade madeirense hoje em dia. Devemos valorizar as pessoas que amámos, os que estão mais próximos de nós e os que estão mais longe, a família, os amigos, os colegas... O mais importante será tentar deixar a nossa marca (registada ou não, mais sofisticada ou mais humilde), algo para que a posteridade possa recordar, quem sabe, com um sorriso de orelha a orelha, ou talvez com um esboço de uma lágrima de felicidade no canto do olho. O importante será partirmos com a satisfação e feliz sensação de missão cumprida.
Muita coisa a D. Teresa teria para fazer, muitos planos cairam por terra com a sua partida. O que importa é que o seu legado ficou, certamente, "impregnado" nos seus entes mais queridos e amigos, vizinhos.
E tenho dito ;)
Um grande abraço.