Intervalo

Indubitavelmente que o primeiro depoimento acerca da Jornada Canárias referir-se-à exclusivamente às duas fotografias acima colocadas.

Graças, que encontrei a foto (da esquerda), porque quando a memória começa a falhar, não há nada como uma impressão fotográfica a constatar o facto.
A foto da esquerda tirada quando eu tinha cerca de 11 anos, sendo a da direita tirada a semana passada (ahh, tenho 29anos!)

Note-se a diferença física desmesurada do "posador" comum em ambas as fotos!
claro que não me refiro às araras, embora eu seja também uma arara de quando em vez! seria giro, as mesmas araras, de bengalinhas nas patas e barba branca, hihihihi!

Mas o cerne da questão, e até a altura que escrevo isto, ainda não sabia que título dar ao post, é o intervalo entre as fotos! Já está, decidi o título!

Quando encontrei a foto com o meu priminho canariano, o Cézar, pensei precisamente o que era noutros tempos, e olhando para a foto da direita, o que sou actualmente!

Fisicamente, são notórias as clarividêncas!

e o resto?

o que aprendi? / o que não quis aprender?
o que ganhei? / o que perdi?
o que deveria ter feito? / o que NÃO deveria ter feito?
o que concretizei? / o que foi impossível concretizar?
porque chorei? / porque sorri?
por onde andei / por onde não passei?
por quem eu chorei? / por quem eu não deveria ter chorado?
(...)?

Nossa vida (defina-se vida, aquela já vivida) bem que poderia ser gravada numa daquelas bobines de filme. Nunca viram, na sala de cinema, quando se olha para trás, a ver onde sai o foco de luz, para fazermos "modilhos" com as mãos? Tá lá a máquinazinha prontinha a projectar o filme para essa sessão.
Quando nos esquecêssemos de algum frame importante seria tão fácil desbobinarmos/rebobinarmos e passá-lo para a pantalha e relembrar o momento outra vez. Evidentemente gostaríamos de poder cortar alguns frames, sem que ninguém notasse, e colávamos com cola UHU na esperança que as pessoas esquecessem, da existência dos nossos handicaps. Mas como qualquer obra de arte cinematográfica, até os cortes na película do filme, minuciosamente bem feitos, conseguiríamos detectar o corte de mestre.

A minha vida, até hoje, dia 30/05/06, foi vivida ao chamado Take 1. Não quero um Take 2 ou Take 3 e por aí fora. Há momentos que fico a pensar se não seria melhor solicitá-los, mas ao mesmo tempo que penso nisso, esqueço logo. Pois não seria mais EU. E eu sou muito mais eu!

E mais... até este preciso momento (12h30m52s - upss, já passou!) vou acartar às costas, com valentia, orgulho e preserverança o meu menir (lembram-se do Obélix, o amigo do Astérix? Ele andava sempre com um menir). E o que é o meu menir?
A minha velha bobine, COM TODOS OS FRAMES, sem nenhum corte, sem nenhuma colagem!

Quem quiser vê-la, terá de entender que o meu filme não é nenhuma obra fabulosa da sétima arte , mas para mim, vale um ÓSCAR!