quinta-feira, maio 24, 2007

Cura-te e andaaaaaa!

Quantas vezes os medicamentos, identifiquemo-los como científicos, são ineficazes?
Até podem ser eficazes, mas não tomados disciplinarmente, não há cura que valha. Verdade?
Mas de facto há situações, que normalmente os nossos papás preferem recorrer à cura da "a minha avó é que fazia assim". Verdade?
Ou porque tinha o bucho virado, não havia outra alternativa senão a minha bisavó esfregar as mãos em óleo (de fritar) e massajar-me a barriga. E eu acreditava que tinha um bicho (bucho) virado lá dentro. As suas mãos quando passavam na minha barriga, era uma rueza de tal modo audível que eu pensava que a minha avó estava a dar-lhe uma sova, do tipo "vai lá para dentro, põe-te direito!!". Logo de seguida, arrotava, "por baixo". Ah pois! Sinal de cura!!
Outra situação, seria o mau olhado. Qual kompensan, qual vomidrine ou outro medicamento anti-maldisposição. Primeiro, seria detectar o dito "camadão". Uma chávenazita com água. Mergulha-se o dedo em óleo e de seguida pinga-se três vezes para a chávena de água, diz-se o nome da vítima, rezando o credo. Se o óleo desaparecer, é sinal de gente invejástica!!

Posto isto, vou ao que me interessa. Acordei com uma dôr cega na virilha esquerda. Lesões antigas do andebol, que agora manifestam-se cada vez mais, à medida que a idade passa por nós. Pensara eu se teria sido pela posição que normalmente durmo na cama. Barriguinha p'a baixo, uma perna esticada e a outra perna flectida, tipo posição de barreirista!
O pior é que a dôr não passa. Até que me lembrei de uma reza milagrosa, que minha mãe dizia/fazia:

Primeiro há que "rezá-la" com um paninho, uma agulha e linha. No momento da oração, o paninho e agulha encostam-se à zona mazelada e vai-se cozendo, como se fechando, e inicia-se a cura!!!
O número de orações tem de ser ímpar, nunca par. Quanto mais rezares, mais depressa ficas curado.
Vamos experimentar? Então é assim, a pessoa que está contigo e que vai orar, com a mãozinha no paninho e cozendo:

Indo São Tomé pelo caminho,
Nosso Senhor o encontrou.
- Que fazes Tomé? Levanta-te Tomé!!
- Senhor, eu não posso, tenho um chimeco no pé
Quem da minha morte e paixão se lembrar...
(agora o orador, mais a vítima)
Carne Quebrada!
(depois a vítima repete)
Aberta!
(outra vez, por aí abaixeeee)
Desmentida!
Apartada!
Vem à cavalgada!

Nervo torto!
Que irá ser solto!

São Tomé que te cure!

Esperemos que à 567483ª vez já estejamos curados. Eu por acaso ficava, porque normalmente quando minha mãe dizia, "Vem à cavalgada!" com aquele entoação toda crente, eu ao repetir, desmanchava-me a rir, imaginando um naco de carne, montado num cavalo com as duas patas da frente no ar e a relinchar. Alta relampada que a seguir levava!!

Doía mais que a virilha a latejar...






11 comentários:

Anónimo disse...

aaiii!! As curas das nossas avózinhas.

Naõ sei porque mas quando era pequena e reclamava dores de barriga e tinha falta de apetite, era sempre........ o bucho virada, (claro tambem pensava que havia algum bichinho lá dentro e como lá chegou ????). Iamos a casa da minha avozinha, para ela me dar uma massagem com oleo (tambem de fritar).. Cabo três massagens já estava curada!!! Pronta para outra!

E o mau olhado......., até hoje ainda não precebi o que uns pingos de oleo dentro um copo de água faz!!! ( Alguem pode explicar? )

E agora ..... a cura do "aberto", o tal paninho e agulha e outra pessoa cozendo e dizendo a tal oração ao mesmo tempo. Não sei porque ... mas esta cura dá resultados.

As nossas avós é que sabiam !! Não era preciso os "novos" medicamentos!

e.t. disse...

Qui post mais engraçado...lolololol
Opáaaa Nunicoo, tens um modo de escrever que acho mesmo piada...hehe...consegues fazer mesmo bem aquela junção entre algo de cómico e algo de emocionante, já que mexe com aspectos familiares, tradições, coisas assim =) Pelo menos a mim este post faz-me rir e, de certo modo, comove ao mesmo tempoo =)
Tás de parabéns pela forma como consegues deitar as coisas cá pa fora, pelo modo como escreves =)

Ahhh, eu tambem durmo nessa mesma posição ca tuuuuuuu =P

Abraçãoooooo grandee grandeee pa esse Vrrrummmm =)

Nuno Vrrruummmm disse...

anónimaaaa:
o óleo é hidrófobo, isto é, não se consegue "misturar" com a água. Logo, quando juntas ambos, nota-se os dois componentes, separados. Como seria possível desaparecer o óleo, visto que não se mistura?
Só mesmo por algo "divino" e que servisse para apelar à pessoa que havia algo un-natural a se passar ali.
Pimba: CAMADÃO!!
;)

e.t.: não percebes de curas nem curandeiros... és alien...tens a capacidade de te metamorfoseares noutra coisa qualquer e prontos.. não há olhado que te abata, não há carne aberta que se cure!
you luck yooou!!!

Anónimo disse...

Isso do paninho e agulha junto à virilha mazelada pode ser perigoso, nada de cozer alguma coisa importante! lol brincadeirinha!

Eu odiava quando a minha mãe fazia aquelas mistelas caseiras para curar as gripes mas a verdade é que resultavam.

A minha avó diz que devemos usar uma peça de roupa do avesso por causa do mau olhado: "Pequena tás com um camadão, com olhado roxo. Credo em cruz, credo em cruz!"

Em algumas zonas do continente para além do "bucho virado" falam muito da "bicha solitária", que será supostamente (não um gay sozinho), mas lombrigas que os miúdos costumam ter quando são pequenos e não conseguem engordar.

As melhoras para essa virilha...

Sof disse...

Já me fizerem sair lombreigas dui braces!

Anónimo disse...

Tens mesmo um dom Nuno .
Por acaso a cura de "aberto" a minha mãe tb fazia-nos, dos entorses , dos maus jeitos .... era com um pano de linho da terra pk dizia dar mais resultado! Pena e que certa vez tudo pensava k estava "aberto" e tinha a patarona fracturada!!!lololololol!!!! por isso não melhorava !!! dizia a minha mãe....lolololol

Anónimo disse...

Nunca pensei que soubesses assim tanto das "mezinhas" da avó. Pensava que essas coisas não chegavam à cidade e que os ditos citadinos estavam imunes ao mau olhado, bucho virado, inveja, perfumes com alecrim, curar do ar, etc. Eu também passei (e passo) por todas essas rezinhas. Acredito piamente na cura obtida através dessas técnicas. Quanto à tua virilha, penso que só indo à faca, não?
As melhoras.
Um abraço.

Merchi disse...

quando a dor aperta ... vale tudo!

e.t. disse...

Ohh Nune...não se revela assim as minhas capacidades =P Ataumm? lolol

Abraço pa ti seu malukeee =)

Liilavati disse...

lololol Que "must"...desconhecia essa do paninho...A mim so mesmo curas de olhado com umas oraçoes benzidas a alecrim.

Anónimo disse...

A minha avó fazia -me a mesma cena da massagem de bucho.

À relampada as coisas até que vão masi depressa, quando acordas tás logo melhor que nem te queixas, senão levas outra.

Xapadóink