Há 16anos atrás...
Parece-me ontem! Ouvindo esta música dos Snow: "Informer"
...dos Ace os Base: "All that she wants"
...dos Roxette: "The Look"
Era tudo a primeira vez. O primeiro beijo. Aquela miúda. A foto em que apareci no Jornal. O filme XXX. O primeiro Amigo de verdade. O grupinho do Verão.
Foi preciso sentir que também podes partir, para me lembrar que não quero que partas!
Voltamos atrás? Podemos?
As idas para os treinos, e os regressos, a tocar a todas as campainhas pelo trajecto a casa. E corríamos que nem loucos quando abriam a porta! Mas ríamos por tudo e de tudo, com sorrisos de rasgar a cara! As trocas de conversas, umas tolas, outras mais sérias. As manas, o "Bruno", a Ana e eu. Quando chegávamos perto da minha casa, o resto do pessoal seguia, mas de autocarro.
E arranjávamos hinos, (Ana perdoa-me) que eu e o Bruno inventávamos:
Ana Mata, taran tan, mata mata uma barata, taran tan... gostas de levar na xxxx, taran tan... Ana Mata mata!
E ela ria à fartazana, não se ofendia. Éramos putos, inofensivos, tudo para nós era motivo para se rir! (talvez por isso, hoje seja como sou!)
O Verão! Sair do Funchal, para ir à praia de Sta Cruz. Levando as toalhas de praia ao pescoço, de chinelos e calções. Tu levavas um gravador e colocava-se a (mesma) cassete com as tais músicas! Era a nossa banda sonora! E íamos de "polegar levantado"! Eu e o Bruno escondiamo-nos e as manas pediam boleia. Quando um carro parava, aparecíamos, como que "vindo do xixi" e o condutor já não tinha coragem em dizer "Não!".
Há tanta coisa que consigo me recordar de ti, mas escolhi estas, por serem extremamente marcantes! Foi preciso este susto para que o teu sêlo fosse se descolar do meu coração sem me aperceber! Que recuperes essa vitalidade! Que possamos criar outros momentos!
Perder um amigo é a gota mais lenta
Quando se pensava que ainda tinha dentro.
É olhar-se nos outros, a referência perdida,
É como esquecer-se da roupa, da vida
Perder um amigo é perder coragem
E virar, covarde, as costas pro mar,
É ouvir virem ondas piratas do céu.
Perder um amigo é caminhar ao léu
É doer a cabeça, e não ter um remédio
De não mais ter fim, nunca melhorar.
É a necessidade de um psicanalista
Perder um amigo é passar em revista,
À frente das memórias, diante da saudade,
Perder um amigo é ir antes da idade.
Na presença nós esquecemos de lembrar, porque não se precisa. O outro faz-se visível. Lembrar é fazer viver.
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